Mestre Zé Oliveira, filho de Mestre Pedro Oliveira, assim como seu pai, era cego. Nessa época, uma das poucas profissões disponíveis era ser cantador de feira. Mestre Zé era habilidoso em vários instrumentos musicais, como violão, rabeca, zabumba, pandeiro e triângulo. Dizia-se que ele tocava música e reisado. Para tocar música, afinava o violão numa afinação natural; para tocar reisado, usava a afinação Paraguaçu, onde o violão, com as cordas soltas, soava em sol maior.

Mestre Zé tinha ouvido absoluto; mesmo sem saber os nomes das notas, ele conseguia afinar o violão em sol maior e corrigir músicos profissionais que dependiam de afinadores para afinar seus instrumentos.

Integrou o grupo de artistas que participou da Barraca da União, uma escola de circo, música e cultura popular criada pela Carroça de Mamulengos em Juazeiro do Norte entre 1984 e 1987. Viajou com a Carroça de Mamulengos nesse período para o Rio de Janeiro e Fortaleza. Também participou da União dos Artistas da Terra da Mãe de Deus de 2002 até sua passagem, e viajou para o Rio de Janeiro e Brasília com o movimento.

Em 1987, Mestre Zé Oliveira fez parte da primeira diretoria da Carroça de Mamulengos, juntamente com Mestre Sebastião, Mestra Margarida, Carlos e Schirley.

O disco "Reisados e Guerreiros de Juazeiro do Norte" contém um registro de Mestre Zé Oliveira tocando violão, e o trinado que ele executava quando puxava a pisada do reisado é um registro precioso, pois é uma referência do modo de se tocar violão de reisado no Cariri.